Publicado em:
14/4/2024
A dengue é uma doença viral transmitida pelo mosquito Aedes aegypti que pode causar sintomas debilitantes como febre alta, dores intensas e fadiga extrema. Embora não exista tratamento específico, uma alimentação adequada para dengue pode ser fundamental para acelerar a recuperação e amenizar o desconforto durante o período de convalescença.
Durante a dengue, o organismo enfrenta uma série de desafios que podem ser amenizados por meio de escolhas alimentares inteligentes. A febre elevada aumenta significativamente as necessidades hídricas e calóricas do corpo, enquanto os sintomas gastrointestinais como náuseas e vômitos podem dificultar a manutenção de uma nutrição adequada.
O sistema imunológico trabalha intensamente para combater o vírus, demandando nutrientes específicos para funcionar de forma otimizada. Além disso, a dengue pode causar uma redução temporária no número de plaquetas, tornando essencial o consumo de alimentos para dengue que apoiem a produção sanguínea e previnam complicações.
A inflamação sistêmica característica da doença também pode ser modulada por alimentos com propriedades anti-inflamatórias. Por isso, escolher os alimentos corretos não apenas alivia os sintomas, mas também pode contribuir para uma recuperação mais rápida e completa.
A hidratação na dengue representa o aspecto mais crítico do cuidado nutricional durante a doença. A febre elevada, frequentemente superior a 38°C, provoca sudorese excessiva e perda significativa de líquidos corporais. Essa perda pode levar rapidamente à desidratação, agravando sintomas como dor de cabeça, tontura e fraqueza.
A água pura deve ser a base da hidratação, sendo recomendado o consumo de pelo menos 2,5 a 3 litros por dia para adultos. No entanto, apenas água pode não ser suficiente quando há perda excessiva de eletrólitos. Caldos claros de vegetais ou frango fornecem não apenas líquidos, mas também sódio e potássio essenciais para manter o equilíbrio eletrolítico.
Sucos naturais diluídos, especialmente de frutas cítricas, oferecem uma combinação ideal de hidratação e nutrientes. A diluição é importante para reduzir a concentração de açúcares, que em excesso podem causar desconforto gastrointestinal. Água de coco natural também é uma excelente opção, pois contém eletrólitos naturais em proporções adequadas para reposição.
Opções de hidratação recomendadas:
As frutas para dengue ricas em vitamina C desempenham um papel crucial no fortalecimento do sistema imunológico comprometido pela infecção viral. A vitamina C é um poderoso antioxidante que protege as células contra danos causados pelos radicais livres, abundantes durante processos infecciosos.
A acerola se destaca como uma das fontes mais concentradas de vitamina C disponíveis, contendo até 30 vezes mais dessa vitamina que a laranja. Uma pequena porção de 100g de acerola pode fornecer mais de 1000mg de vitamina C, superando amplamente as necessidades diárias. A goiaba também é excepcional, oferecendo cerca de 200mg por 100g da fruta.
As frutas cítricas tradicionais como laranja, limão e tangerina não apenas fornecem vitamina C, mas também contêm flavonoides com propriedades anti-inflamatórias. O limão, em particular, pode ser adicionado à água para melhorar o sabor e estimular o consumo de líquidos, especialmente quando há perda de apetite.
Principais frutas ricas em vitamina C:
O consumo deve ser preferencialmente in natura ou em sucos recém-preparados, pois a vitamina C é sensível ao calor e à luz. Para pessoas com estômago sensível durante a dengue, é recomendado consumir essas frutas após refeições para minimizar possível irritação gástrica.
Os vegetais para dengue, especialmente os de folhas verdes escuras, são fundamentais para prevenir e tratar a anemia que pode acompanhar a doença. A dengue frequentemente causa uma redução no número de plaquetas e, em alguns casos, pode afetar também os glóbulos vermelhos, tornando o ferro um nutriente essencial.
O espinafre se destaca não apenas pelo alto teor de ferro, mas também por fornecer folato, vitamina essencial para a produção de células sanguíneas. Uma xícara de espinafre cozido contém aproximadamente 6mg de ferro, representando cerca de um terço das necessidades diárias de um adulto. A couve é igualmente valiosa, oferecendo ferro, vitamina C e compostos anti-inflamatórios.
A rúcula e o agrião são opções mais leves que podem ser melhor toleradas quando há náuseas. Esses vegetais podem ser consumidos em sucos verdes diluídos, sopas ou refogados levemente. A combinação com fontes de vitamina C, como limão ou tomate, aumenta significativamente a absorção do ferro presente nos vegetais.
Durante a fase aguda da dengue, quando o apetite está reduzido, os vegetais podem ser incorporados em caldos nutritivos ou sopas cremosas. Esta forma de preparo mantém os nutrientes disponíveis enquanto oferece uma textura mais palatável para quem tem dificuldades para se alimentar.
As proteínas na dengue desempenham um papel fundamental na reparação tecidual e manutenção do sistema imunológico, mas devem ser escolhidas cuidadosamente para não sobrecarregar o sistema digestivo já comprometido pela doença. Durante a infecção, o organismo pode ter dificuldade para digerir alimentos mais complexos.
Os ovos representam uma das melhores opções de proteína completa e de fácil digestão. Podem ser preparados cozidos, pochê ou em forma de gemada nutritiva, fornecendo todos os aminoácidos essenciais necessários para a recuperação. O frango desfiado, preferencialmente do peito e sem pele, oferece proteína magra que pode ser facilmente incorporada em caldos ou sopas.
Peixes de carne branca como tilápia, linguado ou merluza são especialmente indicados por serem suaves e de digestão rápida. O preparo deve ser simples, evitando frituras ou temperos fortes que possam irritar o estômago. O cozimento no vapor ou ensopado com vegetais são as melhores opções.
Fontes de proteína recomendadas:
O iogurte natural merece destaque especial por conter probióticos que podem ajudar a manter a saúde intestinal durante o uso de medicamentos. Deve ser consumido sem adições de açúcar ou frutas ácidas se houver sensibilidade gástrica.
Os carboidratos para dengue devem ser escolhidos priorizando aqueles que fornecem energia de forma gradual e sustentada, evitando picos de glicose que podem causar mal-estar adicional. Durante a doença, o organismo tem necessidades energéticas aumentadas devido ao trabalho do sistema imunológico e à febre.
O arroz branco, embora seja um carboidrato simples, é bem tolerado durante a fase aguda da dengue e pode ser preparado em forma de papa ou canja para facilitar a digestão. O arroz integral, quando tolerado, oferece mais nutrientes e fibras, mas deve ser introduzido gradualmente conforme a melhora dos sintomas.
A aveia é uma excelente opção por ser rica em beta-glucanos, fibras que podem ajudar a modular a resposta imunológica. Pode ser preparada como mingau suave com leite ou água, fornecendo energia de liberação lenta. Batata-doce cozida também é uma boa alternativa, rica em vitamina A e com índice glicêmico moderado.
Pães integrais e cereais podem ser reintroduzidos conforme a tolerância melhora, sempre observando se não causam desconforto digestivo. Durante os primeiros dias, preparações mais líquidas como sopas com macarrão ou canja são mais apropriadas.
A abordagem nutricional deve ser adaptada conforme a evolução dos sintomas da dengue. Na fase febril aguda, quando há maior risco de desidratação e os sintomas gastrointestinais são mais intensos, a prioridade deve ser a hidratação e alimentos de muito fácil digestão.
Durante os primeiros 3-4 dias, quando a febre está alta e pode haver náuseas intensas, o foco deve ser em líquidos nutritivos como caldos, sucos diluídos e água. Pequenas quantidades de alimentos sólidos podem ser introduzidas conforme a tolerância, priorizando frutas maduras, arroz em papa e proteínas muito suaves.
Na fase de convalescença, quando a febre diminui mas ainda há fadiga e fraqueza, é o momento de gradualmente aumentar a variedade e quantidade de alimentos. Vegetais podem ser reintroduzidos em forma de sopas e refogados leves, e as proteínas podem ser diversificadas.
Cronograma alimentar sugerido:
Dias 1-3 (fase aguda):
Dias 4-7 (transição):
Após 7 dias (recuperação):
Alguns alimentos podem piorar os sintomas da dengue ou interferir na recuperação, sendo importante conhecê-los para fazer escolhas mais adequadas. Alimentos muito gordurosos ou frituras devem ser evitados pois podem causar náuseas e são difíceis de digerir quando o sistema gastrointestinal está sensível.
Bebidas alcoólicas são contraindicadas durante toda a doença, pois podem interferir na função hepática já comprometida pela infecção viral e contribuir para a desidratação. Refrigerantes e bebidas muito açucaradas também devem ser evitados, pois podem causar desconforto gástrico e não contribuem nutricionalmente.
Alimentos muito condimentados, picantes ou ácidos podem irritar o estômago e piorar náuseas. Isso inclui molhos industrializados, pimentas, alimentos em conserva com muito vinagre e frutas muito ácidas consumidas em excesso. Café e chás com cafeína em grandes quantidades podem contribuir para a desidratação.
Lista de alimentos a evitar:
Laticínios podem ser problemáticos para algumas pessoas durante a fase aguda, especialmente se houver intolerância temporária à lactose, que pode ocorrer durante infecções gastrointestinais.
Embora a alimentação adequada seja importante para a recuperação da dengue, é fundamental reconhecer sinais que indicam a necessidade de atenção médica imediata. A dengue pode evoluir para formas graves que requerem tratamento hospitalar urgente.
Vômitos persistentes que impedem a manutenção da hidratação oral representam um sinal de alerta importante. Se a pessoa não consegue manter líquidos por mais de 6-8 horas, há risco significativo de desidratação severa. Dor abdominal intensa, especialmente no lado direito, pode indicar complicações hepáticas.
Sangramento espontâneo, como sangramento nasal, gengival ou manchas roxas na pele, são sinais de que as plaquetas estão muito baixas e requerem monitoramento médico imediato. Sonolência excessiva, confusão mental ou agitação também são sinais de alerta para possível comprometimento neurológico.
A queda súbita da febre acompanhada de piora do estado geral, ao contrário do que pode parecer, é um sinal de alerta para a forma grave da dengue. Nesta situação, mesmo que a pessoa não tenha apetite, é crucial manter a hidratação e buscar atendimento médico.
Sinais de alerta que requerem atenção médica imediata:
Após a fase aguda da dengue, muitas pessoas experimentam um período de convalescença que pode durar várias semanas. Durante este período, a alimentação continua desempenhando um papel crucial na restauração completa da saúde e energia. A fadiga pós-dengue é comum e pode ser amenizada com escolhas nutricionais adequadas.
O foco deve ser na reconstrução das reservas nutricionais que podem ter sido depletadas durante a doença. Isso inclui a reposição de vitaminas do complexo B, essenciais para o metabolismo energético, e minerais como zinco e magnésio, importantes para a função imunológica e muscular.
Alimentos ricos em antioxidantes ganham importância especial nesta fase, ajudando a combater o estresse oxidativo residual da infecção. Frutas vermelhas, vegetais coloridos e oleaginosas podem ser gradualmente reintroduzidos conforme a tolerância digestiva se normaliza.
A proteína continua sendo importante para a reparação tecidual e recuperação muscular, especialmente se houve perda de peso durante a doença. Fontes variadas de proteína devem ser incluídas em todas as refeições principais, sempre respeitando a capacidade digestiva individual.
É importante estabelecer um padrão alimentar regular com horários fixos para as refeições, ajudando a restabelecer o ritmo metabólico normal. Pequenas refeições frequentes podem ainda ser preferíveis nas primeiras semanas de recuperação, especialmente se ainda houver fadiga digestiva.
A alimentação para dengue adequada, combinada com repouso apropriado e acompanhamento médico quando necessário, é fundamental para uma recuperação completa e para minimizar o risco de complicações. Lembre-se sempre de que cada caso é único e a orientação de profissionais de saúde é essencial para um tratamento seguro e eficaz.
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