Publicado em:
10/5/2024
Explorando a afirmação "Comer menos ajuda a viver mais tempo", adentramos em um intrigante capítulo da ciência da longevidade, onde dieta e saúde caminham de mãos dadas.
A ideia de que comer menos pode estender a expectativa de vida ganhou corpo com estudos científicos sobre a restrição calórica. Esses estudos mostraram que a diminuição na ingestão de calorias, sem incorrer em desnutrição, pode aumentar a longevidade em diversas espécies, incluindo leveduras, moscas, roedores e até mesmo em estudos preliminares com primatas.
A restrição calórica pode desencadear uma série de mudanças metabólicas e fisiológicas no organismo. Alguns mecanismos propostos incluem a redução dos níveis de insulina e fator de crescimento semelhante à insulina 1 (IGF-1), que estão implicados no envelhecimento celular. Além disso, há uma melhor resistência ao estresse oxidativo e uma melhora na função mitocondrial.
Diferentemente de modelos animais, em humanos, os estudos são mais complexos e prolongados. Pesquisas observacionais e alguns experimentos controlados sugerem benefícios da restrição calórica em várias biomarcadores de saúde e em algumas funções fisiológicas. No entanto, ainda não existe um consenso sobre seus efeitos na longevidade humana, dada a influência de fatores genéticos, ambientais e de estilo de vida.
Embora a restrição calórica possa ter efeitos benéficos, não é isenta de riscos. Pode ocorrer desnutrição, fragilidade óssea, perda de massa muscular e transtornos alimentares, se não monitorada corretamente. Por isso, é essencial buscar orientação médica antes de fazer mudanças significativas na alimentação.
Intervenções práticas como o jejum intermitente estão sendo estudadas como alternativas à restrição calórica tradicional. Em vez de reduzir a ingestão global de calorias, estas abordagens focam em restringir a alimentação a janelas de tempo específicas, o que também demonstrou efeitos positivos na saúde metabólica e pode potencialmente afetar a longevidade.
A relação entre comer menos e viver mais tempo é complexa e ainda está sob intensa investigação. Os benefícios da restrição calórica para a longevidade são claros em modelos animais, mas sua tradução para humanos não é direta. Para aqueles que buscam optimizar sua saúde e potencialmente aumentar sua expectativa de vida, é fundamental adotar uma abordagem equilibrada e cientificamente fundamentada, sempre com a supervisão de profissionais de saúde.