Publicado em:
22/7/2024
A obesidade vem de uma mistura de fatores genéticos e do que vivemos. Quase dois terços da obesidade são por genética. Algumas pessoas tendem a aumentar de peso mais facilmente pelas suas genes. Essas variações afetam nosso apetite, como o corpo gasta energia e como controla o peso. Dieta e hábitos são partes importantes também. Eles acompanham essa tendência genética, fazendo a pessoa ganhar peso mais facilmente. Saber disso tudo é chave para uma abordagem de tratamento que olha para cada um de forma pessoal. Isso pode ser muito eficaz.
De 50% a 80% da diferença no peso de um indivíduo é devido à genética. Mesmo pequenas mudanças em vários genes podem facilitar o aumento de peso. Isso ocorre mais facilmente com maus hábitos, como comer muitas calorias e não se exercitar. Genes que controlam nosso apetite, o jeito que nosso corpo queima energia e onde armazena gordura têm muita importância na obesidade.
O que e quanto nós comemos é influenciado por hormônios e sinais nervosos. Estes são controlados por genes. Por exemplo, a leptina é um hormônio que avisa nosso cérebro quando estamos cheios. Se houver mudanças nos genes da leptina, você pode sentir mais fome do que precisa, o que leva à obesidade. Outros genes afetam quais hormônios seu corpo libera quando você vê comida, o que também pode influenciar quanta fome você sente.
Temos genes que podem fazer com que tenhamos mais chances de ficar obesos. Por exemplo, mudanças no gene FTO estão ligadas a um risco maior de obesidade, cerca de 22%. Quem tem essa mudança geneticamente pode ter mais grelina, o hormônio da fome, e se sentir mais atraído por imagens de comida. Mas é muito importante lembrar que a genética e o ambiente trabalham juntos. Só porque você tem um gene de risco, não significa que você vai ficar obeso. O ambiente, o que você come e como se exercita, também tem um grande impacto.
A obesidade pode "passar" de pais para filhos mais por causa da genética do que da alimentação compartilhada. Pesquisas com gêmeos idênticos mostram que os genes têm um peso grande nessa história. Ter pais obesos, ou parentes próximos com excesso de peso, aumenta o risco das crianças ficarem obesas. Mas, como sempre, o que a criança come e como ela vive são peças fundamentais nesse quebra-cabeça.
A descoberta do gene da leptina foi um passo gigante no combate à obesidade. Cientistas perceberam que camundongos com um gene modificado ficavam obesos. Isso acontecia porque eles queriam sempre comer mais.
A leptina, um hormônio especial, avisa ao cérebro quando estamos cheios. Ela é produzida pelas nossas células de gordura. Assim, nosso corpo equilibra o que come com o que gasta.
O sistema leptina-melanocortina é como um super time que gerencia nossa reserva de gordura. Células de gordura mandam leptina para dizer ao cérebro quanto de energia temos. Isso ajuda a controlar quantas calorias respiramos e queimamos. Mas, alguns problemas genéticos podem bagunçar esta equipe. Isso pode levar à obesidade.
Estudos mostram que certas variantes genéticas, ou polimorfismos, aumentam o risco de obesidade. O gene FTO é bem conhecido nesse aspecto. Cerca de 1 em cada 6 europeus tem uma dessas variações. Essas pessoas enfrentam um risco 70% maior de ficarem obesas. Isso acontece porque essas variantes fazem o corpo produzir mais grelina, o hormônio da fome. Também fazem o cérebro reagir de modo diferente à comida.
Outras várias variantes genéticas afetam, em pequenas partes, nosso risco de obesidade. Elas influenciam coisas como nosso desejo de comer, como queimamos energia e onde nosso corpo guarda a gordura. Sozinhas, essas variantes não fazem tanta diferença. Mas juntas, elas podem ter um papel grande na nossa tendência genética de ganhar peso. Isso fica mais forte ainda quando se junta com estilo de vida e outros fatores do ambiente em que vivemos.
Técnicas modernas, como os Estudos de Associação de Todo o Genoma (GWAS), ajudam os cientistas a comparar o genoma de pessoas obesas e não obesas. Eles buscam descobrir alterações genéticas ligadas à obesidade. Esses estudos encontraram muitas variações genéticas – chamadas de polimorfismos – que, juntas, aumentam o risco da obesidade.
Embora um simples gene possa causar obesidade em casos raros, a maioria dos episódios de obesidade vêm de várias variantes genéticas. Cada variante pode não parecer muito isolada, mas seu efeito se soma ao de outras, influenciando a predisposição à obesidade de forma significativa. Por isso, identificar os genes envolvidos é um desafio, necessitando de estudos profundos com grandes amostras de pessoas.
Nem sempre é um único gene que provoca a obesidade. Na maior parte dos casos, obesidade vem de muitas variantes genéticas que atuam juntas. Apesar de seus efeitos serem pequenos sozinhos, seu impacto conjunto é considerável para a causa da obesidade. Entender esses processos complexos exige pesquisa aprofundada com muitas pessoas envolvidas.
O tratamento da obesidade varia para cada pessoa. Isso ocorre porque depende da história e dos fatores de cada um. Por exemplo, muitos ganham peso fácil por questões genéticas, enquanto outros engordam após uma gestação. Há ainda quem chegue à obesidade devido a maus hábitos e falta de exercícios.
Por isso, não se pode aplicar um único método para todos. É essencial considerar o histórico do paciente. Assim, o tratamento precisa ser ajustado de acordo com o que é melhor para sua saúde e o que ele prefere.
Quando se trata de obesidade, o mais importante não é atingir um peso considerado ideal. O principal objetivo é melhorar a saúde. Especialistas apontam que perder de 5% a 10% do peso já traz grandes benefícios, como reduzir o risco de várias doenças.
Evite criar expectativas muito altas sobre emagrecimento. A obesidade é uma condição que precisa de tratamentos a longo prazo. O ideal é focar em ter um estilo de vida mais saudável. Assim, conseguimos controlar a doença e não apenas buscar um corpo perfeito.
A obesidade é uma doença de longo prazo, por isso, seu tratamento também é contínuo. Não é como algo que se perde e depois recupera em pouco tempo. Para tratá-la, é preciso mudar o modo de vida de forma permanente. Isso envolve comer de maneira mais saudável e se exercitar regularmente.
Assim como a hipertensão e o diabetes, a obesidade precisa de atenção constante. Esses cuidados são essenciais para que a saúde do paciente não seja comprometida. Eles são importantes pela natureza crônica e influência genética da obesidade.
A obesidade está crescendo por todo o mundo. Isso acontece por causa da união entre nossos genes e como vivemos hoje. Assim, até mesmo quem tem propensão genética, vive em um meio que ajuda a ganhar peso mais fácil.
No passado, os genes que nos faziam armazenar gordura eram ótimos para a sobrevivência. Eles eram úteis quando a comida era escassa. Mas atualmente, com tantos alimentos ao nosso redor e pouca atividade física, isso pode ser ruim. Afinal, ganhamos peso mais do que precisamos, contribuindo para a obesidade.
Descobrir os genes ligados à obesidade é desafiador pelo alto grau de complexidade. Na verdade, uma parcela muito pequena do DNA está envolvida na produção de proteínas. A interação entre esses genes traz mais complicações.
Quando falamos de como essas centenas de variantes genéticas agem, o assunto fica ainda mais complexo. Cada variante tem um efeito pequeno. E isso é agravado pela influência dos fatores ambientais. Essa questão desafia os cientistas que buscam respostas sobre a obesidade.
Até agora, a maioria das pesquisas genéticas se concentrou em pessoas de origem europeia. Assim, as conclusões alcançadas não se aplicam plenamente a todos. Isso destaca a necessidade de observar a obesidade de diferentes ângulos.
O "All of Us Research Program" nos Estados Unidos quer coletar dados de um milhão de pessoas diversas. Esse esforço visa entender melhor como nossa herança genética influencia a obesidade. Estudos assim ajudam a ter uma visão ampla dos fatores que envolvem a doença em diferentes grupos.
Os genes têm um papel chave no controle do nosso apetite e metabolismo. Eles afetam como nosso corpo produz calor e usa energia quando estamos em descanso. Isso significa que nossos genes influenciam o quanto de peso podemos ganhar ou perder.
A capacidade de produzir calor e o uso de energia em descanso são controlados pelos nossos genes. Isso tem um grande impacto na nossa capacidade de lidar com o peso.
Nossos genes também afetam como nosso corpo lida com proteínas, carboidratos e gorduras. Eles controlam como esses nutrientes são usados ou armazenados. Assim, nossos genes influenciam se ganhamos ou perdemos peso.
A obesidade é um problema complexo com ligação forte à genética. Estudos mostram que a maioria dos casos, de 60% a 70%, vem da genética. Mas, a herança genética e os hábitos ambientais, como comer bem e se exercitar, se conectam.
Por isso, ter um estilo de vida saudável é muito importante. O tratamento da obesidade precisa ser único para cada pessoa. Não se trata só de perder peso. Melhorar a saúde é o foco principal.
Saber sobre a genética da obesidade ajuda a achar tratamentos melhores e feitos sob medida. Dessa forma, podemos controlar essa condição de maneira eficaz e por muito tempo.
Apesar da genética ser relevante, bons hábitos são cruciais. Eles podem reduzir os efeitos da predisposição. Esse é um grande passo para prevenir a obesidade. Educar as crianças e os jovens é fundamental nesse cenário.