Publicado em:
21/12/2022
Descubra o que é Diabetes tipo 2, suas causas, sintomas, como tratar e como evitar essa doença crônica.
Uma doença crônica caracterizada pelo excesso de glicose no sangue: o diabetes tipo 2 pode não apresentar sintomas mas compromete seriamente a saúde. Sabe aquela sensação de cansaço, desânimo, sono e preguiça (fadiga ou indisposição, não usaria a palavra preguiça) que muitas pessoas se queixam e atribuem a um estilo de vida conturbado e corrido? Podem ser sintomas sutis de diabetes tipo 2. De acordo com a Federação Internacional de Diabetes, atualmente há 537 milhões de adultos em todo o mundo com alguma variação de diabetes. No Brasil, 16,8 milhões de pessoas são portadoras da doença, número que representa 7% da população total.
Para quem é acometido pela doença, o controle constante dos níveis de açúcar no sangue, por meio de uma dieta personalizada e exercícios físicos, é fundamental para evitar o impacto que a diabetes tipo 2 traz para a longevidade. Um estudo da Universidade de Manchester descobriu que pessoas com diabetes tipo 2 geralmente descobrem a condição aos 65 anos, em média, e a partir daí vivem aproximadamente por mais 18 anos, chegando aos 84 anos. Voluntários saudáveis da pesquisa, por sua vez, tinham a expectativa de vida de 85,7 anos. Esses dados sugerem que há redução da expectativa de vida das pessoas acometidas pela doença, e além disso há também impacto na qualidade de vida devido aos sintomas acima citados. Confira a seguir:
Diabetes tipo 2 é uma doença que surge a partir da resistência do organismo à insulina, hormônio produzido pelo pâncreas que tem como função regular a sua glicemia - o nível de açúcar no sangue - e, assim, gerar energia para o corpo. Diferente da diabetes tipo 1, em que a insulina deixa de ser produzida, no diabetes tipo 2 o pâncreas não deixa de gerar o hormônio. O que ocorre é a resistência à ação da insulina: a glicose não consegue penetrar nas células e, assim, se acumula no sangue até atingir níveis bem elevados. A hiperglicemia provocada pela diabetes tipo 2 se torna crônica quando o pâncreas, exausto de tanto tentar cumprir sua função, simplesmente falha. A partir desse ponto, a doença se torna crônica - não tem cura - e o indivíduo acometido precisa realizar o controle constante da taxa de glicose no sangue. Além de realizar a medição, que pode ser feita em casa e a qualquer momento, também é preciso adotar hábitos saudáveis, principalmente na alimentação, que vão muito além de simplesmente parar de comer açúcar. Também é comum a prescrição médica de medicamentos para diabetes, que ajudam a tornar as células do corpo mais sensíveis à insulina ou impulsionam o aumento da produção do hormônio pelo pâncreas. Cada caso deve ser analisado individualmente para a escolha do tratamento correto.
Fatores genéticos podem tornar um indivíduo predisposto a desenvolver diabetes tipo 2, mas um conceito importante que se aplica não só para essa doença, mas para várias outras, é a epigenética. Esse termo se refere ao papel do meio ambiente e das nossas escolhas ao longo da vida, que podem ou não ativar os nossos genes. Obesidade e pressão alta são condições que podem ser apontadas como precursoras da diabetes tipo 2, por exemplo, e também são doenças que surgem a partir dos mesmos motivos: alimentação desbalanceada, na qual o excesso de açúcar, sódio e gorduras é frequente. A ausência de uma rotina de exercícios físicos também pode ser apontada como um fator que aumenta a propensão ao diabetes tipo 2. Veja a seguir uma lista com possíveis causas para a resistência à insulina:
A glicemia alta - principal sinal da diabetes tipo 2 no organismo, pode causar uma série de danos à saúde ao longo do tempo. O grande perigo está no fato do diabetes tipo 2 ser, para muitas pessoas, uma doença que se desenvolve silenciosamente, sem causar sintomas específicos que liguem o alerta para a condição. Por isso é tão importante ter um acompanhamento médico e realizar exames periódicos, os famosos check-ups.
Podemos apontar como um dos principais sintomas do diabetes tipo 2 a sensação de sede constante. No organismo de uma pessoa com essa condição crônica, o nível de açúcar no sangue tende a estar sempre elevado. Para tentar compensar, um grande volume de líquido é “puxado” para a corrente sanguínea. Esse excesso de volume será levado até os rins e, eliminado como urina posteriormente. É um ciclo que perdura no nosso metabolismo, criando o mecanismo de feedback - nesse caso, a sede aumenta o consumo de água, e a perda de água pela urina aumenta a sede. No fim das contas, o indivíduo se encontra em estado de desidratação constante. E até mesmo o excesso de glicose passa a ser eliminado na urina.
A obesidade, além de ser um fator de risco para o desenvolvimento do diabetes tipo 2, também pode ser uma consequência da doença, tanto que, desde 2001, o conceito de “diabesidade” relaciona as duas condições. A resistência à insulina - que ocorre tanto na pré diabetes como na diabetes tipo 2 - também cria dificuldades para o emagrecimento. O corpo precisa desse hormônio para direcionar a glicose para os órgãos e tecidos que necessitam dela como fonte de energia. Quando o organismo está resistente à sua ação, a glicose não é utilizada e pode ser transformada em gordura. Também há relação entre os remédios para diabetes e o ganho de peso. Confira a lista dos sintomas mais comuns de diabetes tipo 2, que costumam surgir quando a doença já se estabeleceu no organismo há algum tempo:
Quando não tratada de maneira efetiva, seja por via medicamentosa ou pela adequação do seu estilo de vida, a diabetes tipo 2 pode causar sérias complicações para a saúde:
Mesmo o diabetes tipo 2 sendo uma doença caracterizada pela elevação mantida da glicose sanguínea, não é incomum que pessoas nessa condição experimentem o inverso: uma queda brusca no nível de glicose no sangue. Estamos falando da hipoglicemia, que acontece quando um indivíduo com diabetes tipo 2 não faz o controle de sua glicemia, não conhece seus valores ideais e adota comportamentos prejudiciais à saúde, como pular refeições, comer pouca quantidade de comida ou alimentos que não suprem suas necessidades nutricionais, ingerir bebidas alcoólicas ou exagerar na dose do medicamento prescrito pelo médico. Os sintomas da hipoglicemia costumam surgir assim que o nível de glicose cai muito, e são de fácil percepção:
Além dos sintomas, a aferição da glicemia detecta e confirma o diagnóstico. O conhecimento sobre esse quadro é fundamental para agir rápido e evitar que se agrave. O ideal é sempre procurar ajuda médica. Em alguns casos, e caso o seu médico tenha feito essa recomendação, podemos melhorar a glicemia com a ingestão de alguns alimentos. Uma pequena quantidade de carboidratos simples, como por exemplo um copo de suco de frutas, uma colher de sopa de mel ou até mesmo um copo de água com açúcar, são de grande ajuda. Fique em repouso e verifique se a glicemia normalizou, repetindo o procedimento se necessário. Se a próxima refeição planejada estiver muito longe, faça um pequeno lanche. Evite atividades que exijam muito esforço ou que possam te colocar em risco, como dirigir e operar máquinas, até o momento em que você se sinta melhor e em segurança.
Uma dieta (plano alimentar individualizado) personalizada, capaz de atender às necessidades nutricionais individuais e trocar a ingestão de carboidratos refinados pelos integrais e com fibras é muito importante para um indivíduo com diabetes tipo 2. Um grande equívoco é tentar adaptar a alimentação sem o acompanhamento de um nutrólogo e de um nutricionista, ao contrário do que muitos podem pensar, a solução não é cortar massas e açúcares de forma indiscriminada.
Alimentos ricos em fibras, como cereais integrais e verduras de cor escura, contribuem para diminuir a velocidade da liberação da glicose para o sangue. Diminuir a ingestão de carboidratos simples e incluir mais alimentos com baixo índice glicêmico em cada refeição é o recomendado: feijão, lentilha, grão de bico e aveia são alguns exemplos.
Alimentos in natura e minimamente processados devem ser prioridade na dieta de quem lida com o diabetes tipo 2: frutas, verduras e legumes podem ser protagonistas de saladas super nutritivas e saborosas. Por outro lado, ultraprocessados, embutidos e lanches vendidos em fast foods devem ser evitados na rotina alimentar de quem precisa manter a glicose sob controle.
O consumo de bebida alcoólica, assim como o tabagismo, também entram na lista dos não recomendados. O álcool pode levar a episódios de hipoglicemia. Já a nicotina presente nos cigarros pode interferir na sensibilidade à insulina, sem falar que há açúcar em sua composição.
Na hora de se hidratar, a primeira opção é a água! Chás, café, água com gás, água saborizada são boas opções. Caso opte por suco, recomendamos limão ou maracujá. As outras frutas, quando processadas para produzir o suco, geram pico de glicose sanguínea. Já os refrigerantes e sucos industrializados não devem fazer parte da rotina.
Para quem está enfrentando o sobrepeso, já se tornou obeso ou tem tendência genética à obesidade, emagrecer vai além de uma alimentação que resulte em déficit calórico. A combinação: alimentação equilibrada, exercício físico regular e sono de qualidade, é o tripé que te guiará nessa jornada.
A vantagem dos exercícios físicos para pessoas com diabetes tipo 2 vai além. Um estudo da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) comprovou que a prática regular de exercícios físicos que utilizam força, como a musculação, são capazes de reduzir a gordura no fígado e melhorar o controle da glicemia em indivíduos diabéticos do tipo 2.
Em 15 dias de prática constante já observamos melhora da resposta das células do seu corpo à ação da insulina, além de outros resultados positivos.
Ao eliminar a gordura no fígado (e a inflamações que esse quadro provoca), é possível melhorar a sensibilidade das células à ação da insulina.
Deu para perceber o quanto ter uma alimentação regrada balanceada e hábitos de vida saudáveis são importantes para manter o organismo funcionando de forma equilibrada, certo? O problema para algumas pessoas é justamente se manter firme constante nessas escolhas. Afinal, as tentações são muitas: o happy hour regado à cerveja do trabalho, a falta de tempo para o preparo de refeições saudáveis, a agenda apertada para incluir a prática de atividade física… Ao longo do tempo, esses momentos podem se tornar hábitos, e como todo hábito, o corpo percebe essas escolhas como o seu ''padrão de funcionamento''. Nesse cenário, aumentamos o risco de desenvolver alterações metabólicas de longo prazo, como o diabetes tipo 2.
A medicina do estilo de vida (é uma prática baseada em evidências científicas, cujos pilares são essenciais para a promoção da saúde, atuando também na prevenção de doenças como o diabetes) é a abordagem perfeita para quem já detectou um estado de pré diabetes - ou seja, está com a glicose alta mas não tanto a ponto de ter diabetes (O estado pré-diabético pode ser evidenciado em exames de sangue através da glicemia, da hemoglobina glicada (medida que detecta como está a sua glicose sanguínea dos últimos 3 meses) e também pelo nível de insulina. Aqui vale destacarmos a importância do exame clínico, pois os valores de exames laboratoriais devem ser sempre associados ao indivíduo, devemos saber e entender a sua história e correlacionar com os resultados de exames. - ou simplesmente para quem deseja levar uma vida mais saudável, excluindo hábitos prejudiciais e incluindo na rotina atitudes que ampliam o bem-estar físico, mental e emocional. Através da Jornada Liti, é possível ter acesso a um time de profissionais capacitados para te apoiar e te guiar na jornada de melhora do seu estilo de vida: cientistas comportamentais, nutrólogos, nutricionistas, entre outros. Comece agora mesmo!