Publicado em:
17/4/2024
Uma patente é uma forma de proteção intelectual concedida pelo governo a inventores e empresas. Essa proteção garante ao titular o direito exclusivo de explorar comercialmente sua invenção por um período determinado, geralmente 20 anos. O objetivo é incentivar a inovação e investimentos em pesquisa e desenvolvimento, oferecendo ao inventor a possibilidade de retorno financeiro sem a concorrência de cópias.
No contexto farmacêutico, as patentes são especialmente críticas, pois o desenvolvimento de novos medicamentos exige investimentos substanciais em tempo e recursos. Uma vez que a patente expira, outros fabricantes podem produzir e vender versões genéricas ou biossimilares do medicamento original, geralmente a um custo menor, aumentando o acesso ao tratamento.
A Novo Nordisk, uma líder na área de saúde com foco em doenças crônicas como diabetes e obesidade, enfrentará a expiração da patente de um de seus medicamentos mais inovadores, o Ozempic, no final de 2026. O Ozempic é um medicamento da classe dos análogos do GLP-1 (peptídeo-1 semelhante ao glucagon), que regula o apetite e a ingestão de alimentos. Com a proximidade do fim da patente, a corrida para capturar uma fatia desse mercado lucrativo está acelerando.
A Biomm, uma empresa brasileira, fechou um acordo com a Biocon, farmacêutica indiana, para distribuir exclusivamente no Brasil um biossimilar do Ozempic assim que a patente expirar. Esse movimento estratégico visa posicionar a Biomm como uma das primeiras a entrar no mercado com uma alternativa mais acessível ao Ozempic. A empresa já planeja solicitar a aprovação da Anvisa e, posteriormente, a aprovação do preço de venda pela CMED.
A entrada de biossimilares no mercado tem um impacto profundo não apenas para os fabricantes, mas também para os pacientes, especialmente aqueles que lutam contra a obesidade e diabetes. Medicamentos mais acessíveis podem aliviar o ônus financeiro sobre os pacientes e expandir o acesso a tratamentos eficazes.
O interesse crescente em medicamentos baseados em GLP-1 reflete uma demanda reprimida significativa, tanto para tratamento da obesidade quanto para o controle do diabetes. Com a quebra de patente, espera-se que o mercado se torne mais competitivo, incentivando a inovação contínua e melhorando as opções de tratamento disponíveis para os pacientes.