Publicado em:
31/5/2024
A relação entre o horário das refeições e o risco de doenças cardiovasculares tem sido objeto de estudos científicos, e evidências sugerem que jantar mais cedo pode estar associado a uma melhora nos fatores de risco para essas condições. Com a popularização de padrões alimentares como o jejum intermitente, a compreensão dos impactos do cronograma alimentar na saúde cardiovascular torna-se ainda mais relevante. Neste artigo, discutiremos as descobertas recentes sobre como o momento em que fazemos nossas refeições pode influenciar a saúde do coração e o perfil metabólico.
A crononutrição estuda a interação entre os ritmos biológicos, como o ciclo circadiano, e a alimentação. Esse campo sugere que o relógio biológico regula a função metabólica e que desalinhamentos entre a hora das refeições e os ritmos internos podem afetar a saúde, incluindo o risco de doenças cardiovasculares.
Estudos epidemiológicos têm vinculado o consumo de calorias mais tarde no dia a maiores taxas de obesidade e síndrome metabólica, enquanto pesquisas clínicas sugerem que jantar mais cedo pode promover uma melhor regulação do açúcar no sangue e pressão arterial, fatores estes associados à saúde cardiovascular.
A sincronização das refeições com o relógio biológico pode ter implicações importantes para a prevenção de doenças cardiovasculares. O metabolismo opera de forma mais eficiente em certos momentos do dia, e o consumo de calorias quando o corpo está mais preparado para processá-las pode otimizar a saúde vascular.
Fazer refeições mais cedo no dia pode ter impactos tanto imediatos quanto a longo prazo na saúde cardiovascular. A curto prazo, observa-se uma melhora no controle glicêmico e na pressão arterial pós-prandial, enquanto a longo prazo pode haver uma redução na acumulação de gordura visceral e melhoria no perfil lipídico.
O horário em que comemos pode influenciar a regulação do apetite e o gasto energético. Realizar a última grande refeição mais cedo pode resultar em uma menor ingestão de calorias devido a uma melhor sincronização com os ritmos circadianos que regulam o apetite e a saciedade.
O jantar tardio tem sido associado a um aumento nos níveis de glicose e insulina no sangue, o que pode contribuir para a resistência à insulina, um fator de risco para doenças cardiovasculares. Além disso, hábitos noturnos de alimentação podem ser combinados com outros comportamentos de risco, como menor atividade física e aumento do consumo de alimentos não saudáveis.
Com base nas evidências atuais, profissionais de saúde podem recomendar aos pacientes limitar a ingestão de calorias até o começo da noite e promover um período mais prolongado de jejum noturno. Para a vida cotidiana, pode ser útil planejar refeições maiores para o início do dia e mais leves para o final.
Embora mais pesquisas sejam necessárias para estabelecer recomendações definitivas, os estudos atuais indicam que fazer refeições mais cedo pode trazer benefícios para a saúde cardiovascular. A prática de jantar cedo se alinha à lógica de que harmonizar nosso comportamento alimentar com o relógio biológico pode ser uma estratégia para melhorar o perfil metabólico e reduzir o risco de doenças cardiovasculares. Incorporar essas descobertas no contexto de um estilo de vida equilibrado, com atenção contínua a outros hábitos saudáveis, apresenta-se como uma abordagem promissora para proteger a saúde do coração.