Publicado em:
21/12/2023
A menopausa é um período da vida de nós mulheres que pode apresentar uma série de sintomas desafiadores, como ondas de calor, mudanças de humor e alterações na composição corporal.
Todos os anos, cerca de 47 milhões de mulheres em todo o mundo entram na menopausa, e apenas 60% delas procuram apoio de um profissional de saúde para o manejo dos sintomas.
Os sintomas da menopausa englobam mudanças em todo o corpo, incluindo ondas de calor, ganho de peso, perda de libido, alterações de humor, dentre outros. Em uma pesquisa com mais de 8.000 mulheres entre 40 e 64 anos, aquelas com sintomas de menopausa relataram pontuações significativamente mais baixas de qualidade de vida, maior comprometimento no trabalho e maior utilização de serviços de saúde do que as sem sintomas.
A melhora da saúde metabólica - especificamente, a manutenção de níveis mais estáveis de glicose (açúcar no sangue) e a melhora da sensibilidade à insulina - podem mitigar alguns efeitos indesejados da perimenopausa até a pós-menopausa.
A manutenção de níveis estáveis de glicose sanguínea pode não apenas ajudar a amenizar os sintomas da menopausa, mas também a reduzir o risco de condições crônicas associadas a esta fase da vida. Pessoas na pós-menopausa - e em alguns casos, até mesmo na perimenopausa - estão em maior risco para doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2 e outras doenças metabólicas.
A glicose é uma forma primária de energia para todas as células do corpo. Quando ingerimos certos alimentos, nosso corpo os converte em glicose. Este aumento da glicose induz a produção de insulina, pois a insulina ajuda a facilitar a absorção de glicose pelas células para ser usada como energia (ou quando em excesso, armazenada como gordura).
Porém, quando os níveis de açúcar no sangue permanecem elevados de forma constante, as células podem se tornar resistentes ao sinal da insulina, deixando mais glicose na corrente sanguínea. É o que chamamos de resistência à insulina.
Um estudo de 2010 analisou dados de mais de 1.500 mulheres de três cidades do Irã e as dividiu em grupos pré-menopausa, perimenopausa e pós-menopausa. A resistência à insulina foi encontrada em quase 45% das pré-menopáusicas, em quase 58% das peri-menopáusicas e em mais de 64% das pós-menopáusicas, em comparação com 26,5% das mulheres em idade reprodutiva.
Os sintomas da menopausa são agravados pela resistência à insulina e pelo desequilíbrio do açúcar no sangue. Isso é particularmente verdadeiro para alterações na composição corporal, como ganho de peso e perda muscular, bem como ondas de calor. A resistência à insulina e a alteração do controle do açúcar no sangue também estão ligadas a outros sintomas como mudanças de humor, aumento do estresse e perda da libido.
Durante a menopausa, as mulheres tendem a experimentar um aumento do ganho de gordura, especialmente ao redor do abdômen. Isso está associado à transição da menopausa, período onde há diminuição do estrogênio e da adiponectina. Essa redução é fator de risco para a resistência à insulina, que por sua vez impulsiona o ganho de gordura.
Paralelamente a isso, a perda de músculo também ocorre durante a menopausa, contribuindo para uma menor taxa metabólica e, portanto, um maior risco de desenvolver resistência à insulina. As ondas de calor, um dos sintomas mais comuns e problemáticos da menopausa, também estão associadas a níveis mais altos de insulina. Além disso, mudanças de humor como depressão, irritabilidade e ansiedade são comuns durante a menopausa e podem estar associadas ao metabolismo da glicose.
Felizmente, mudanças no estilo de vida que englobam a alimentação, a atividade física e o sono, podem ajudar a aumentar a sensibilidade à insulina e promover a estabilidade da glicose. Ao reduzir o consumo de carboidratos refinados, adicionar mais fibras e proteínas às refeições, dormir por pelo menos sete horas por noite e se expor ao sol por cerca de 15 minutos e incorporar o treino de força na rotina de exercícios, é possível melhorar a saúde metabólica e potencialmente aliviar os sintomas da menopausa.