Sendo a obesidade uma doença crônica, o seu tratamento exige acompanhamento de longo prazo. Diversas medicações tem surgido nos últimos anos visando uma melhor controle da doença. Uma delas é o Contrave, ainda pouco conhecido pela população brasileira.
No primeiro semestre de 2023, chegou às farmácias brasileiras uma nova medicação para o tratamento da obesidade: o Contrave. O Contrave, produzido pelo laboratório Lilly, é uma combinação de duas drogas que tem ação no sistema nervoso central: a bupropiona, um antidepressivo que inibe a recaptação de noradrenalina e dopamina e age nos neurônios que reduzem o apetite localizados no hipotálamo; e o naltrexone, uma medicação que tem a função potencializar o efeito da bupropiona, uma vez que bloqueia a ação da beta-endorfina , uma substância que tem como efeito diminuir a ação da própria bupropiona e que é produzida através de um mecanismo de feedback negativo. No entanto, o mecanismo de ação completo da droga ainda não está bem estabelecido.
Uma das vantagens do Contrave é que ela é medicação de uso oral, diferentemente das outras drogas mais famosas como o Saxenda e Ozempic, que são de administração subcutânea. Porém, é importante ressaltar que sua eficácia média é inferior ao dessas medicações.
O estudo Contrave Obesity Research (COR I e COR 2) avaliou indivíduos com obesidade ou sobrepeso e ao menos uma comorbidade e demonstrou perda de peso significativamente maior no grupo de intervenção: média de 6,1 % de perda versus 1,3% no grupo placebo e 6,4% versus 1,9%, respectivamente, nas duas avaliações. Quando o seu uso foi associado a mudanças de estilo de vida, como avaliadas no estudo COR-BMOD, observou-se uma redução média de peso de 9,3% contra 5,1% no grupo placebo. O seguimento foi de 56 semanas e 45% dos indivíduos em uso da bupropiona/naltrexona alcançaram mais de 5% de perda de peso contra 19% no grupo placebo. Lembrando que a semaglutida, princípio ativo do Ozempic, leva a perdas de 15 a 20% de peso em 1 ano, quando administrada na dose padrão de 2,4 mg.
Embora a perda de peso seja inferior ao de outras drogas, o Contrave parece ter uma ação bastante efetiva não somente na redução global do apetite, mas também na incidência de episódios de “craving”, que são aqueles desejos incontroláveis por comidas específicas, como doces, por exemplo, possivelmente por atuar também no circuito de recompensa.
Assim como a maioria das medicações para o tratamento da obesidade, ela também possui efeitos adversos como náuseas, vômitos e cefaléia, além de constipação e tontura. Uma forma de minimizar os seus efeitos é aumentar progressivamente a dose até chegar a titulação recomendada.
As principais contra-indicações do Contrave são para pacientes com histórico de hipertensão descontrolada, epilepsia, insuficiência hepática, doença renal terminal e transtorno bipolar, sendo que sua prescrição deve ser feita por profissionais capacitados e que possam fazer um acompanhamento de longo prazo.
Lembrando sempre que as medicações são mais uma ferramenta utilizada para o tratamento da obesidade, cujos pilares inegociáveis são a reeducação alimentar e a mudança do estilo de vida.
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