Publicado em:
5/12/2022
Você sabia que o Brasil é o 5º país do mundo com maior incidência de diabetes? De acordo com dados do Atlas do Diabetes da Federação Internacional de Diabetes (IDF), há cerca de 16,8 milhões de doentes com idades entre 20 e 79 anos, e a estimativa é que esse número chegue a 21,5 milhões em 2030.
A nível global, havia 151 milhões de diabéticos em 2020. As causas dessa epidemia estão relacionadas a fatores socioeconômicos, demográficos, ambientais e genéticos. A boa notícia é que, mesmo se você tiver predisposição a essa doença crônica, pode mantê-la afastada simplesmente adotando hábitos saudáveis. Continue lendo e descubra:
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Como o próprio nome já diz, pré-diabetes é um estágio anterior ao desenvolvimento do diabetes tipo 2 em que alguns sinais já podem ser observados. Quando um indivíduo está em situação de pré-diabetes, ele ainda pode reverter esse quadro. Apesar de haver uma questão genética envolvida na diabetes, mudanças de hábitos alimentares ao longo do tempo podem fazer com que qualquer pessoa retorne ao estado de saúde original. Por isso é comum se referir à pré-diabetes como “uma segunda chance”: ao detectá-la, ainda dá tempo de refazer escolhas importantes: que tipo de alimentos são consumidos diariamente, qual o nível de exercício físico está sendo praticado (e com que frequência) e até mesmo questões de ordem emocional, que impactam diretamente na saúde física.
Para ser considerada pré-diabética, uma pessoa precisa apresentar glicemia alta. Ou seja: em um pré-diabético, o organismo encontra dificuldades para processar a quantidade de açúcar que é ingerida, fazendo com que haja hiperglicemia. Outro fator que pode levar ao quadro de pré-diabetes tem a ver com a produção de insulina, hormônio anabólico produzido pelo pâncreas que controla a entrada de glicose nas células, participa da síntese de proteínas e do processo de armazenamento de lipídios. Quando há pouca insulina no organismo ou, por algum motivo, esse hormônio não consegue cumprir sua função, o nível de glicose no sangue pode aumentar significativamente, marcando o início da pré-diabetes. Em alguns casos, esses dois fatores são combinados, representando um risco ainda maior.
Os valores de referência que determinam níveis saudáveis de glicose no sangue de uma pessoa adulta variam entre 100 e 125 mg/dl. Se ao medir a glicemia em jejum o valor encontrado for igual ou a esse padrão, é hora de ligar o alerta para a pré-diabetes. Quando o resultado de um exame de sangue aponta um valor superior, a partir de 125 mg/dl, já é possível trabalhar com a hipótese de um quadro de diabetes estabelecido.
A glicose é a principal fonte de energia do nosso corpo, e nunca deve ser encarada como vilã. Retirar do cardápio qualquer fonte de açúcar (até as menos óbvias, como a farinha branca, que não é doce) é uma decisão extrema que pode causar alterações metabólicas que refletem até mesmo no humor. Para alguém que tem pré-diabetes ou já se preocupa em não atingir esse estágio, a melhor escolha é o equilíbrio e a priorização de alimentos naturais, como as hortaliças.
Nas frutas, por exemplo, é possível encontrar um açúcar natural chamado frutose que, em indivíduos saudáveis, não representa risco algum. Pelo contrário: essa substância deixa as frutas mais agradáveis ao nosso paladar e fornece energia para que o corpo e o cérebro funcionem bem. O problema está no consumo de produtos alimentícios que contém muito pouca oferta de micronutrientes e alta concentração de açúcar. Chocolates, biscoitos e outras guloseimas aumentam de forma brusca a glicose no sangue, causando um pico de energia que logo se dissipa, abrindo espaço para um tipo de fome que só pode ser preenchida com mais guloseimas. É como um círculo vicioso que pode envolver tanto crianças quanto adultos.
Ao notar a presença dos sintomas de glicemia alta, a coisa mais importante a se fazer é prestar mais atenção à alimentação, de preferência com a ajuda de um profissional como nutrólogo ou nutricionista. Junto com um especialista como esse, é possível traçar estratégias que vão garantir o seu bem-estar a curto, médio e longo prazo, inclusive afastando a possibilidade de pré-diabetes e diabetes tipo 2.
Antes de construir uma dieta personalizada e orientar sobre hábitos saudáveis a serem incorporados, o nutrólogo (ou até mesmo um endocrinologista ou clínico geral) vai solicitar exames laboratoriais. O principal deles é o exame de glicemia, que deve ser realizado após um jejum de 8 a 12 horas. Dessa forma, é possível avaliar o nível de açúcar no sangue sem a interferência de nenhum tipo de alimento ou bebida. Durante o jejum, só é permitido consumir água. A taxa de glicemia saudável vai ser inferior a 99 mg/dL.
Como saber se tem diabetes? Muitas pessoas fazem essa pergunta justamente porque não há sintomas específicos que denunciem o desenvolvimento dessa condição. Você deve ter observado na lista de sintomas de glicemia alta que várias das complicações que surgem quando o açúcar no sangue está alto podem ser facilmente confundidas com um mal estar passageiro, desses que não damos muita atenção. Observar a frequência da aparição de cada um desses sinais e, principalmente, reparar se mais de um sintoma tem surgido ao mesmo tempo é uma forma de despertar para um cuidado maior com a própria saúde.
Sintomas de pré-diabetes, glicemia alta e da diabetes propriamente dita podem estar relacionados ao aparecimento de uma série de outras doenças, o que também ajuda a mascarar o diagnóstico. Estresse, pancreatite, efeitos de alguns medicamentos, presença de infecções e até o Hipercortisolismo, também conhecido como Síndrome de Cushing, precisam ser descartados antes do diagnóstico final.
Ou seja: se você não mantém uma rotina ativa de cuidados com a saúde, que inclui uma alimentação balanceada, a prática regular de exercícios físicos e a realização de exames de rotina, pode estar lidando contra os sintomas de diabetes sem se dar conta!
A diabetes, seu estado prévio e a obesidade têm muito em comum. Pessoas obesas têm 3x mais chances de ter diabetes que indivíduos com peso saudável. Estudos também mostram que, a cada 1 kg de peso corporal ganho, o risco do desenvolvimento de diabetes cresce 9%. Além disso, obesos que têm IMC entre 33 e 35 kg/m² têm 50% a mais de risco de se tornarem diabéticos. Em 2002, um estudo da The Blackburn Course in Obesity Medicine já havia comprovado que cerca de 80% dos indivíduos com diabetes tipo 2 têm sobrepeso, ou são obesos. À medida que a gordura corporal aumenta, os níveis glicêmicos também são elevados. Também há evidências científicas que comprovam que ao reduzir de 5 a 10% do peso ocorre uma melhora na tolerância à glicose, um aumento na liberação de insulina e a uma redução na imunorreatividade da pró insulina. Em outras palavras, quanto menos peso corporal, melhor o corpo vai aproveitar a insulina e processar a glicose ingerida.
Por outro lado, a perda de peso repentina pode ser um sinal de que há pré-diabetes ou diabetes em curso. Indivíduos que não estão passando por nenhum tipo de treinamento físico que queime mais calorias do que é consumido por meio da alimentação e que não estão seguindo um plano alimentar para emagrecer mas que, ainda assim, perdem muito peso em um curto espaço de tempo na verdade podem estar vivenciando alterações metabólicas causadas pelo diabetes tipo 2. Nesse quadro, o corpo queima as reservas de energia para viabilizar a energia necessária para executar qualquer tarefa. Perder peso enquanto sente muita sede, muita fome e vontade de urinar muitas vezes por dia não é algo positivo para a saúde e, além de representar perigo de diabetes, causa flacidez, enfraquecimento de cabelos e unhas, carência de nutrientes importantes, baixa imunidade, problemas no fígado, queda da libido, tontura e fraqueza. Fique atento!
Evitar a diabetes é uma forma de se manter saudável principalmente porque essa doença pode causar complicações muito incômodas. O excesso de açúcar no organismo pode causar lesões em diversos órgãos, inclusive vitais. Uma vez que um indivíduo desenvolve diabetes, o acompanhamento da doença deverá ser feito por toda a vida. Isso inclui medições diárias do nível de açúcar no sangue, uma dieta personalizada, administração de remédio para diabete e/ou de insulina. Além disso, a importância da atividade física se torna ainda maior. Veja a seguir alguns problemas de saúde relacionados à diabetes:
Hipoglicemia: nível de açúcar no sangue muito baixo. Causa suor frio, tremores, náusea e até desmaios.
Hiperglicemia: nível de açúcar no sangue muito alto. Pode deixar a visão embaçada e ressecar a pele.
Pré diabético: falta de sensibilidade nos pés, com o aparecimento de feridas e comprometimento da circulação.
Problemas oculares: catarata, glaucoma, edema macular e retinopatia diabética são algumas das complicações que afetam a visão.
Problemas cardíacos: AVC, infarto, doença vascular periférica e aumento da pressão podem ser causados por processos inflamatórios derivados da diabetes.
A principal forma de evitar doenças crônicas como a diabetes é ter um estilo de vida saudável. Quanto antes um indivíduo adotar bons hábitos alimentares, excluindo produtos alimentícios ultraprocessados e aumentando a quantidade de comida natural, como verduras e frutas, melhor ele fará seu organismo funcionar. Não por acaso, essa também é a principal recomendação para pessoas que buscam emagrecer e ter mais disposição para as tarefas cotidianas. Então por que é tão difícil colocar essas mudanças em prática?
Muitas pessoas, mesmo sabendo qual a conduta correta em relação à própria saúde, acabam cedendo às “tentações” do dia a dia, que não são poucas: o fast food que poupa tempo nos dias cheios de trabalho, refrigerantes em substituição aos sucos de fruta e doces para enganar a fome que surge entre uma refeição e outra. Ao longo dos anos, a alimentação pobre em nutrientes e repleta de gordura, sódio e açúcar vai trazer consequências que podem ser irreversíveis à saúde.
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